You may have seen him during the closing ceremony of the 2012 London Olympics or doing Carnival in Rio, and chances are you'll see him again during the World Cup or Rio 2016 Games. Known as Renato Sorriso, or Smiley Renato, he is Brazil's most famous garbage man. He dances in his orange uniform, that of Comlurb, the city's municipal trash company, with a broom and a big grin, belying the tough nature of his job. It's an image that contrasts with scenes of striking sanitation workers this week, demanding higher wages amid one of the city's biggest annual events.
The strike lasted eight days, exactly during Carnival, one of the most critical times of the year for sanitation as tourists descend on the city and millions of people take to the streets. Garbage piled up all over the city, even in upscale neighborhoods. But the strike ended on March 8 when the city government agreed to raise sanitation workers' salaries by 37 percent. Now the base salary for a garbage worker will be R$1,100, or around $470 a month. The city also agreed to raise lunch subsidies from R$12 to R$20. The head of Comlurb said it could take a few days for the city's trash situation to be resolved.
First, there's the matter of mega-events. Trash workers were able to leverage the government during one large event as another approaches. Carnival is the worst possible time of year a trash strike could occur, aside from the New Year, and with less than 100 days until the World Cup, the government clearly wanted to nip the crisis in the bud to avoid another strike in June. It's possible that other workers could try to use the games to win wage increases to avoid a showdown during the World Cup. An airline workers' strike could be particularly damaging; they frequently threaten to strike right before Christmas.
Another issue has to do with the nature of trash itself in Rio. Last year, the mayor began the Zero Trash campaign, pledging to fine those who litter. By November, the city government claimed the amount of litter in the streets had declined by 50 percent, and within the first four months of the campaign, nearly 24,000 fines were given out. But it's not just a matter of threatening fines; it also has to do with a cultural mindset. The mayor himself was caught on video littering, and after the video was leaked, he begrudgingly gave himself a ticket.
As RioReal blog's Julia Michaels found in this excellent video report, one Carioca advocating for a cleaner Rio said it's about changing how people think.
Perhaps this culture of littering--knowing there will be someone there to clean up later--goes back to the slavery era. At least the wealthy, many of which have full-time maids, don't need to clean up after themselves at home, so why would they need to anywhere else? With people to clean up after you wherever you go, including the street, a dependency grows on others to do this simple task. And it's no coincidence that many garbage workers are dark-skinned or of mixed race.
Finally, the issue goes to the heart of the social divide. In a country where the rich have long seen poverty as an unchangeable destiny, the trash workers are the type of people seen as happy with their lot, just content to get by and not complaining about their troubles. It's not entirely unlike how slaves were expected to act.
Renato Sorriso is a perfect example of what some want to envision about a trash worker: delighted in his thankless, low-paying job. "My broom is my passport," he told G1 in 2012. In the interview, he said he'd visited six countries because of his fame, and though he'd earned enough to live in upscale Zona Sul, he would like to live in Madureira, a working-class suburb in Rio's North Zone. It's the perfect picture of a poor, working Brazilian, even one with success, who wants to stay "with his own kind," as it were. (He's pictured below.)
But because of Brazil's massive social transformation, even some of the lowly trash workers are moving on up into the new middle class. The June protests were a sign that as Brazilians' lives improve, they demand more, and the trash workers' strike is proof of that. Even these people, a type of Brazilian untouchable, are demanding more. Unlike their famous dancing colleague, they chose to no longer grin and bear it.
Image: Flickr/Clement Jacquard.
Pelos seus comentários parece que a figura do lixeiro só existe no Brasil. Que só aqui as pessoas jogam lixo na rua porque alguém virá limpar depois. O passado escravista explica muitas coisas por aqui, é verdade, mas não tudo e não dessa forma simplista. Você fala como se nos Estados Unidos ou na Europa não houvesse lixo nas ruas, nem lixeiro para recolhê-lo. E como se o fato de a pessoa ter um empregado doméstico necessariamente a tornasse alguém que vive como um senhor de escravos, embora muitas vezes isso seja verdade. Mas generalizações tendem a ser injustas.
E greve de lixeiro, ou de outras categorias de baixo salário, sempre existiram no Brazil, não é um fenômeno que surgiu com a "nova classe média".
Além disso, como negra me incomoda bastante esse tom politicamente correto de dizer que o gari é "dark-skinned" ou "mixed race", ele é negro e ponto.
Posted by: Silvia | March 11, 2014 at 10:19 PM
Sílvia, achei seu comentário oportuno, mas é preciso entender a visão da Gringa, basicamente similar à visão de muitos estrangeiros que chegam ao Brasil e ficam horrorizados com a distância social entre ricos e pobres. A tendência é aplicar um julgamento pessoal: esta situação é resultado da atitude dos brasileiros. Então, o egoísmo, arrogância e racismo dos "ricos" causa a miséria dos pobres.
Coloco "ricos" entre aspas porque é uma definição fluida: nunca é especificado exatamente o que é um brasileiro rico, assim como nunca é especificado exatamente o que é um brasileiro branco. Eu próprio posso ser catalogado como rico ou pobre, branco ou negro, conforme a conveniência do comentarista, já me acostumei com isto. Mas é preciso analisar: o quanto de verdade há nesta tese?
Os brasileiros jogam lixo nas ruas porque são ricos e acostumaram-se a ter serviçais que recolhem seu lixo? Se isso é uma explicação, não me parece uma explicação completa: tenho observado que os brasileiros que mais frequentemente sujam as ruas são os pobres, e não os ricos.
Os ricos brasileiros são arrogantes, egoístas e racistas? De modo geral, os ricos são vistos como antipáticos e esnobes em qualquer lugar do mundo, e isto está impresso na cultura popular: note que na mídia e na literatura, os personagens ricos geralmente são vilões. Mas isso é irrelevante. Não é a arrogância e o esnobismo dos ricos brasileiros que determina a pobreza dos outros: essa pobreza é o produto de circunstâncias impessoais, que estão, em sua grande maioria, totalmente fora do controle de indivíduos comuns. São fatores puramente econômicos, que quase sempre não são culpa ou mérito de ninguém.
Os trabalhos servis que são destinados aos brasileiros pobres são resultado de nosso passado escravagista? Mais uma vez, se é uma explicação, não é uma explicação completa: a escravidão, em maior ou menos grau, é parte do passado comum da humanidade, e muitos vizinhos nossos tiveram menos escravidão que nós, e hoje estão em uma situação pior. As coisas são mais complexas.
O fato de a maioria dos lixeiros brasileiros serem negros é prova do racismo dos brasileiros? Mais uma vez um julgamento pessoal para circunstâncias impessoais. É apenas prova de que a maioria dos negros é pobre, e não tem qualificação para outro emprego.
Posted by: Pedro Mundim | March 15, 2014 at 03:46 PM
Pedro, concordo com você. É preciso entender que a visão exposta é de alguém que nos vê de fora e tenta achar explicações para tudo com base na diferença de classes e na escravidão do passado. Depois que escrevi o comentário me dei conta de que poderia ter questionado a explicação simplista sobre o lixo nas ruas: afinal, com tanto gringo no carnaval, seria justo dizer que só os brasileiros deixam o lixo na rua para os garis ("intocáveis", na visão da autora)limparem???? Os gringos quando chegam aqui são desencaminhados pelos brasileiros mal acostumados? Porque, vamos e venhamos, o lixo do carnaval é uma produção coletiva de brasileiros e gringos, não é mesmo?
Posted by: Silvia | March 17, 2014 at 08:59 PM
Pedro, a pergunta e a seguinte: Por que e quais sao as razoes para se ter tanta sujeira nas ruas de grandes cidades no Brasil? Sera que vai ser a resposta cliche: e dever do estado de limpar-la e nao o faz adequadamente. Mas o tal do estado nao seria a sociedade como um todo? Recolher o lixo e sempre sera de responsabilidade do estado, agora gerar lixo, convenhan-mos, nao e obrigacao de ninguem, portanto mais conciencia , educacao, cidadania fariam uma tremenda diferenca. As cidades no exterior, nos States e na Europa , sao de fato menos sujas, como explicar este fenomeno? As explicacoes da Gringa sao simplista, superficias mas sao apenas opinioes baseadas em visao restrita a um conhecimento leviano . A Gringa, ainda nao e, uma sociologa ou antropologa apenas tem um site de opiniao de um estrangeiro com lacos brasileiros. Nao devemos levar as suas deducoes como conclusoes.
Posted by: paul | March 20, 2014 at 07:56 PM