Today, Rio Mayor Eduardo Paes swept the election in Rio, winning with nearly 65 percent of the vote. In second place was Rio state assemblyman Marcelo Freixo, who won 28 percent of the vote. For those familiar with Rio politics, it wasn't a surprise: Paes is a popular incumbent who raised much more money than Freixo (around 14 times more at nearly R$3 million), had a huge coalition (Freixo refused to create one), enjoyed much more TV advertising time than Freixo, and has support from the state governor, President Dilma Rousseff, and former President Lula. Amid a construction boom with new government-funded hospitals and education centers, Paes also counts among his administration's accomplishments presiding over the preparations for the World Cup and Olympics. In addition, Paes won despite recent accusations of corruption--allegedly paying off another political party not to run for the mayoralty of Rio. Freixo also was at a disadvantage due to popular appeal; Paes is a seasoned politician, whereas Freixo--who comes from a background of academia and activism--is less accustomed to smooth-talking.
Supporters of Freixo backed him, among other reasons, to support his stand against corruption in politics, as well as his famous opposition to militias and organized crime as depicted in Tropa de Elite 2. He's been critical of the mega-event preparations, saying during the most recent mayoral candidate debate: "We want the Olympics. But a city that's good for the Olympics must be good for the people who live in it." He also stood up to Paes on the campaign trail, and is not one to mince his words. Supporters saw him as a change from the usual suspects in Rio government. Given all that he was up against, it's impressive that he received nearly a third of the vote. It's also important to note that his party, the Socialism and Freedom Party (PSOL), doubled the number of seats in the city legislature from 2 to 4.
So what does this mean for Rio?
From my perspective, it means Freixo is well-positioned to play the role that fits him best, given the circumstances: that of a watchdog, a critical voice who will try to ensure transparency during the next Paes administration and the upcoming mega-events. As an activist who has worked hard to combat militias, there's still lots of work to do there. And given Rio's recent history with the PanAm Games and concerns about white elephants already emerging in the run-up to the World Cup, there's a long road ahead for the city. He's exactly the right person to spearhead efforts to see that the local government does what's best for its residents and not FIFA or the IOC. He's also the right person to work to oversee the city's preparations for the mega-events to prevent corruption and overspending. Maybe he'll be something of an Al Gore for Rio.
Rio politics may not have changed dramatically yet. But with someone like Marcelo Freixo working outside of the Pálacio da Cidade, there's a chance that there will be more accountability and a push for more transparency, as well as a continued fight against organized crime.
Photo: Marcelo Freixo
Marcelo Freixo é o típico representante de uma tendência que os esquerdistas brasileiros vem seguindo desde o final dos anos setenta: a substituição dos trabalhadores pelos marginais das favelas como seu público.
Tradicionalmente, o público das esquerdas é constituído pelos trabalhadores, sobretudo os operários. Mas a luta armada promovida pela esquerda revolucionária nos anos setenta não teve o apoio dos trabalhadores - os grupos guerrilheiros eram formados quase que exclusivamente por ativistas, em especial oriundos do movimento estudantil, quase não havia proletários entre eles. Desde então, a esquerda brasileira tem se afastado dos trabalhadores e se aproximado dos marginais, inclusive no terreno simbólico, da produção cultural (canções como Meu Guri de Chico Buarque, filmes mostrando bandidos como vítimas ou heróis, prestígio à "cultura das periferias", etc.)
Sob o influxo dessas idéias, o fenômeno do banditismo recebe uma leitura de luta de classes e racismo: os frequentes massacres e guerras entre quadrilhas são apresentados como repressão policial contra os moradores pobres e negros da periferia a mando da elite branca. Tenta-se, desta forma, reciclar as lutas políticas do tempo da ditadura e recriar a polarização ideológica gerada por essas lutas.
Os ingênuos podem ver em Freixo um bom moço de cara limpa, redentor do povo oprimido, movido pelos puros ideais do ativismo em lugar dos arranjos dos políticos profissionais. Mas quem se sustenta sobre mentiras está condenado a uma existência farsesca. O fenômeno da criminalidade nada tem a ver com a polarização ideológica que formou a esquerda brasileira. Os assassinatos nas favelas nada tem a ver com luta de classes ou racismo. O político que procura erguer suas bases nas favelas inevitavelmente cai nas malhas dos líderes comunitários locais, que inevitavelmente estão nas malhas dos traficantes que dominam tais favelas (vejam o caso daquele da Rocinha, que foi pego em um vídeo vendendo armas). E esses indivíduos são infinitamente mais ardilosos que os políticos profissionais.
Penso que Freixo está se metendo em um beco sem saída (cul-de-sac). Esse discurso pró-direitos humanos e anti-corrupção é bom para quem está na oposição, mas que ele vai fazer quando assumir e governo e for cobrado das promessas que fez aos bandidos das favelas que lhe deram apoio? Não terá sido isso o que aconteceu quando Benedita foi governadora em 2002? Lembro-me que naquela época chegaram a dar tiros até contra o prédio da prefeitura, na Praça 11. De resto, o sucesso de filmes como Tropa de Elite, que fazem a apologia do policial violento, mostra que o povo das periferias não concorda com as teses dos intelectuais esquerdistas. Sem contar que muitos favelados são a favor das milícias. As milícias nada mais são que a polícia particular dos pobres, que nada mais fizeram do que imitar os ricos, que desde muito já possuem suas "milícias" na forma de seguranças profissionais, também formadas em sua maioria por policiais e ex-policiais. Desde que Leonel Brizola proibiu a polícia de entrar nas favelas em 1983, os habitantes das favelas começaram a sofrer todo tipo de abuso dos traficantes locais, e para se defender contrataram milicianos - eu me lembro que foi lá pelo início dos anos 90 que comecei a ouvir falar em milícias nas favelas.
Posted by: Pedro Mundim | October 09, 2012 at 03:24 PM